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International Rivers expresses its concern and solidarity over the unfolding tragedy in southern Brazil, where a partial dam collapsed after torrential rainfall at the 14 de Julho hydroelectric plant and unleashed a wall of water on communities downstream. At least 30 people have reportedly died and dozens more are missing. More than 300,000 people remain without electricity and over 200 communities have been impacted. Thirteen dams have been put on alert and a state of emergency has been declared as the heavy rain and flooding persist and search efforts continue for the stranded and missing.
This is unfortunately the latest high-profile dam collapse, which are expected to become more frequent as climate change-induced floods mix with an aging fleet of dams. Last year, Libya experienced the world’s second deadliest dam disaster after a severe rainstorm collapsed two dams, killing thousands.
This is of particular concern for Brazil, which has among the most large dams of any country in the world. A 2022 analysis showed that 1 million people in Brazil live near a dangerous dam, and in 2023 the country experienced a record number of natural disasters.
It is precisely this vulnerability, as well as the significant adverse impacts on communities and the environment, that prompted calls from civil society for a moratorium on the construction of new dams in Brazil. We have seen important progress in recent weeks as proposed dams have been shelved on the Arinos and Cabaçal rivers, but this tragedy highlights the need to ensure that existing dams are managed and operated to prevent collapse.
The devastating consequences of extreme weather underscore the urgent need for action on climate change and addressing hydropower dams and other infrastructure not built to withstand a warming world. As our planet faces increasingly severe weather events, the likelihood of such disasters only grows. We must prioritize approaches like dam upgrades or removal, improved monitoring and restoration and protection of river floodplains to mitigate these risks and protect vulnerable communities worldwide.
Our thoughts are with the communities who have lost loved ones and been impacted by this disaster. For ways to help support victims and relief efforts, please see guidance from Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).
Featured photo: Flooding in the Rio Grande do Sul region in Southern Brazil. Photo courtesy of MAB and AGEU KEHRWALD / METSUL
Declaração sobre o rompimento da barragem no Rio Grande do Sul, Brasil
03 de maio de 2024
A International Rivers expressa sua preocupação e solidariedade com a tragédia que vem ocorrendo no Rio Grande do Sul, onde a barragem da Usina Hidrelétrica 14 de Julho rompeu, parcialmente, após chuvas torrenciais, desabando uma parede de água nas comunidades a jusante. Pelo menos 30 pessoas morreram e dezenas de outras estão desaparecidas. Mais de 300 mil pessoas continuam sem eletricidade e mais de 200 comunidades foram afetadas. Treze barragens foram colocadas em alerta e o estado de emergência foi declarado, uma vez que as fortes chuvas e as inundações persistem e os esforços de busca de pessoas presas e desaparecidas continuam.
Infelizmente, este é o mais recente colapso de barragens de grande visibilidade, que deverá tornar-se mais frequente become more frequent as climate change-induced floods mix with an aging fleet of dams, à medida que as inundações induzidas pelas mudanças climáticas se somam com o envelhecimento e deterioração da estrutura das barragens existentes. No ano passado, a Líbia sofreu o segundo desastre de barragem mais fatal do mundo, depois de uma forte tempestade ter destruído duas barragens, matando milhares de pessoas.
Isto é particularmente preocupante para o Brasil, que tem uma das maiores barragens do mundo. Uma análise de 2022 mostrou que 1 milhão de pessoas no Brasil vivem perto de uma barragem perigosa, com risco de rompimento 1 million people in Brazil live near a dangerous dam e, em 2023, o país sofreu um número recorde de desastres naturais, record number of natural disasters.
É precisamente esta vulnerabilidade, bem como os impactos adversos significativos nas comunidades e no meio ambiente, que motivaram os apelos da sociedade civil por exigir do Governo Federal a adoção de uma Medida de Moratória para a Construção de Novas Barragens Hidrelétricas no Brasil moratorium on the construction of new dams. Assistimos a progressos importantes nas últimas semanas, à medida que as barragens propostas nos rios Arinos e Cabaçal foram arquivadas, mas esta tragédia realça a necessidade de garantir que as barragens existentes sejam geridas e operadas para evitar novos colapsos.
As consequências devastadoras das condições meteorológicas extremas reforçam a necessidade urgente de ação sobre as mudanças climáticas e de tratar as barragens hidrelétricas e outras obras de infraestruturas, que não foram construídas para resistir a um mundo em aquecimento.
À medida que o nosso planeta enfrenta eventos climáticos cada vez mais severos, a probabilidade de tais desastres só aumenta. Devemos dar prioridade a abordagens, como a melhoria ou remoção de barragens existentes, melhor monitoramento e restauração e proteção dos rios, planícies aluviais de demais ecossistemas de água doce, para mitigar estes riscos e proteger as comunidades vulneráveis em todo o mundo.
Neste momento, os nossos sentimentos estão com as comunidades que perderam entes queridos e foram afetadas por este desastre. Para formas de ajudar a apoiar as vítimas e os esforços de socorro, consulte as orientações do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) guidance from Movimento dos Atingidos por Barragens.
Foto em destaque: Inundações na região do Rio Grande do Sul, no Sul do Brasil. Foto cortesia de MAB e AGEU KEHRWALD/METSUL